quinta-feira, 24 de maio de 2012

Desigualdade se cura com...

No último dia 26 de Abril, o STF julgou como constitucional o sistema de cotas implementado pela Universidade de Brasília. Segundo a decisão, 20% das vagas oferecidas pela universidade deverão ser destinadas a estudantes que se declararem negros - ou ainda índios – nos próximos dez anos. A decisão é polêmica, e tem defensores e detratores com a mesma intensidade argumentativa. Isso se dá, basicamente, por reunir dois temas de fundamental relevância em qualquer sociedade: educação e etnia.
De um lado, organizações que zelam pelos direitos dos negros afirmam que esta atitude é necessária para corrigir séculos de injustiça social (ou racial?) com os descendentes africanos. De outro, entidades como o partido DEM – que teve sua Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental julgada como improcedente pelo STF – defendem que a jurisprudência criada pelo Supremo Tribunal Federal fere princípios como o da dignidade da pessoa humana, de repúdio ao racismo, da igualdade, entre outros, além de dispositivos que estabelecem o direito universal à educação.
É indubitavelmente louvável a preocupação de nossa justiça com as mais diversas desigualdades existentes em nosso país. É certo também, que não se encontrarão vias simples para solucionar problema tão amplo e antigo. Porém, segundo os que são contrários à decisão, a mesma está embutida de dois contestáveis elementos: a perigosíssima ignorância ao mérito e uma pitada nada sutil de, acreditem, preconceito.
Se o velho e politicamente correto ditado afirma categoricamente que violência não se cura com mais violência, será mesmo que as consequências de anos de desigualdades raciais têm como melhor solução direitos distintos para raças diferentes?
O tempo dirá.
Dirá?

Por Rodrigo Carvalho

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